Essa postagem irá mostrar a opinião de uma Consultora de
Comunicação Corporativa sobre algumas questões envolvidas para a implantação da
energia solar no Brasil, apresentado em um site de notícias. Segue abaixo o
texto da mesma.
” Neste mês, 31 empresas
participaram do primeiro leilão de energia solar no Brasil que tem potencial
enorme nessa área, apesar de atualmente apenas 34 usinas aproveitarem o calor
do sol. Em nenhum outro lugar do mundo o sol aparece de forma tão generosa
quanto aqui. Não somos somente o País do futebol, somos da energia solar, ou
melhor, deveríamos ser!
A maior região de incidência é uma
parte do Nordeste, mas nas demais regiões o sol também é intenso, falta apenas
transformar esse potencial em energia elétrica. Outros países que não tem nosso
potencial já deram a largada faz tempo. A Alemanha tem a metade do sol do
Brasil e ainda assim a energia solar abastece o equivalente a oito milhões de
residências. No País, segundo a Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica,
existem apenas 34 usinas solares com capacidade para abastecer 1,5 mil
residências.
E nos prédios públicos então, onde
o desperdício de energia elétrica é vergonhoso o primeiro prédio a receber um
telhado solar foi a biblioteca estadual do Rio de Janeiro, que assim como os
estádios do Mineirão, em Belo Horizonte, e Pituaçu, em Salvador, ainda não foi
registrada na Aneel.
O motivo para a ausência de
residências com placas solares, mesmos as particulares ou de conjuntos
habitacionais populares é o ainda alto custo do material. Lá fora é muito mais
em conta ter uma casa movida a energia solar, por aqui é artigo de luxo. A
Caixa Econômica Federal com recursos do PAR – Programa de Arrendamento
Residencial construiu um residencial com 115 casas no município de Birigui (SP)
com coletores solares de banho pelo custo de 3,2 milhões de reais. Mas este
sistema sustentável só garante o aquecimento da água para o banheiro,
substituindo o uso do chuveiro, não é o que fornece energia elétrica para toda
casa.
O Prodeem – Programa de
Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios criado pelo governo federal
há quase 20 anos é responsável pela instalação do sistema de placas solares
fotovoltaicas nos locais, aonde a energia elétrica não chega. Seus benefícios
são inúmeros e fundamentais para a integração econômica e social, uma vez que,
leva energia às escolas, possibilitando iluminação de boa qualidade, criando
cursos noturnos e fazendo uso de televisores, antena parabólica; faz o
bombeamento de água, gerando saúde e melhor qualidade de vida; cria hortas
comunitárias e diminui a carência alimentar; conservam, em refrigeradores,
remédios e vacinas dos postos de saúde...Um trabalho social junto às
comunidades, no caso do Norte, da população ribeirinha que tive a oportunidade
de acompanhar e produzir reportagens incríveis.
Vamos dizer que hoje, o Prodeem é
o primo pobre da Luz para Todos, apesar de somente 55% domicílios rurais e 27%
das propriedades rurais terem acesso à energia elétrica, o que corresponde a
mais de 20 milhões de habitantes e quatro milhões de propriedades agrícolas são
desassistidas de rede elétrica convencional. Por isso, o leilão deste mês tem
uma importância enorme para os brasileiros.
O presidente da Empresa de Pesquisa
Energética, Maurício Tolmasquim afirmou que o governo avalia duas soluções para
a entrada da energia solar na matriz energética. A primeira seria a redução dos
preços da fonte no mercado e a segunda a possibilidade de realizar um leilão
específico para a solar, nos mesmos moldes que foi o da eólica, anos atrás.
Segundo ele, essa decisão ainda não foi tomada, pois estão sendo feitos estudos
para que se possa chegar a esta decisão, ainda para o ano que vem.
O problema é que como sempre
acontece no País do futebol, do mensalão, da Copa 2014, é que a demora em
resolver esta situação só está gerando o aumento dos valores dos painéis de
energia solar. E qual tem sido a alternativa para quem tem um pouco mais de
dinheiro: comprar placas produzidas pelos chineses, que não perdem tempo mesmo,
apesar de não certificarem o produto que tem um prazo de validade de 15 anos!
O valor de uma residência de dois
quartos, sala, cozinha, banheiro, varanda e área de serviço com painéis solares
fotovoltaico custam em média 360 mil reais, quando o valor de uma casa com
energia elétrica é a metade do preço em qualquer cidade brasileira. Vamos
aguardar que a energia solar integre a matriz energética e complemente a
geração da energia produzida pelas hidrelétricas e que ela chegue a todas as
residências, porque o sol, dizem, nasce para todos!
(Viviane Vieira de Assis Paes,
consultora de Comunicação Corporativa)